Berlim é uma cidade repleta de história, é verdade, mas está longe de ser uma cidade bonita, então a maioria das coisas que temos pra fazer por aqui estão realmente voltadas à história, não só de uma nação, mas de todo o mundo. A visita a uma cidade como esta não é uma visita qualquer; é uma verdadeira imersão de cultura e na história mundial. Tudo que a gente um dia ouviu falar de Hitler, Muro de Berlim, Alemanha Nazista, etc, aqui a gente sente e vê na prática! Definitivamente uma cidade que não pode ficar de fora em sua visita `a Alemanha. 


Emnosso primeiro dia oficialmente na cidade, seguimos direto ao Portão de Brandenburg para participarmos do tour grátis feito pela Sandemans New Europe. Este tour existe em várias cidades do mundo., basta checar no site deles. Optamos pelo tour em espanhol que começa todos os dias, às 11:00h, ao lado do Starbucks Coffee do Portão de Brandemburgo. 



O tour é interessante porque o guia vai nos contando toda a história de Berlim, da Segunda Guerra, do Muro de Berlim, de Hitler e a Alemanha Nazista, enfim, um revival das aulas de história. Ao todo, ele dura cerca de 3,5 horas, considerando uma pausa que eles dão pra gente almoçar. O único problema deste tour é que eles não nos dão tempo pra tirar fotos então, acabamos fazendo depois o tour de trás pra frente pra fotografarmos os lugares por onde havíamos passado, o que fez com que ficássemos o dia todo praticamente dedicado ao Mitte e a estes pontos turísticos.




Portão de Brandenburgo:



Símbolo máximo da cidade, este portão tem muita história ao longo dos tempos. Por aqui passou Napoleão e sua tropa, durante sua invasão a Berlim em 1806. Aliás, durante esta invasão, a Quadriga, monumento localizado em seu topo, foi retirada e levada para França e somente no fim da guerra ela retornou, com o novo nome de Deusa Vitória. Por este portão também marchou a tropa nazista de Hitler, em 1933, quando este tomou o poder.







O Portão fica na Pariser Platz, no comecinho da Unter den Linden, a principal avenida da cidade. Também fica bem pertinho do Reichstag, o Parlamento Alemão, que falarei no próximo post.

Memorial do Holocausto: 





Um dos lugares mais visitados de Berlim, o Memorial do Holocausto, inaugurado em 2005, é uma área de 19 mil m2 que contém 2.7011 blocos de concreto, de cor cinza-chumbo, sem nenhum dizer, fotografia ou algo parecido, dispostos em fileiras em superfície irregular. Os blocos são de diferentes alturas e lembram lápides, simbolizando os milhares de judeus mortos na era Hitler. A perseguição aos judeus começou na Alemanha quando Hitler assumiu o poder, em 1933 e durou até 1945, durante a 2a Guerra, nos países ocupados pela Alemanha. O lugar parece um cemitério bem no centro de Berlim, localizado entre o Portão de Brandenburgo e a Postdamer Platz. 







Segundo nosso guia nos contou e eu também já havia lido antes, o terreno para sua construção foi doado por um cidadão que, em troca, exigiu que não fossem cobrados ingressos para acessar o memorial e assim foi feito. Todo mundo pode caminhar pelos corredores do memorial livremente, mas é proibido andar em cima dos blocos ou fazer qualquer coisa que seja considerado um desrespeito aos mortos. Ainda assim, vimos muita gente brincando de “pique-esconde” ou saltando entre os blocos, numa total falta de educação e respeito.

Visitamos 2 vezes de dia, mas nada se compara à sensação de visitá-lo à noite, como nos recomendou nosso guia. Assim como nós, outros turistas têm a mesma ideia de ir à noite e constantemente ficamos vendo vultos destas pessoas, do nada, entre os blocos. A sensação é bem estranha e bem horripilante, mas muito interessante! Vale a pena visitar o memorial à noite também. 

Abaixo destes blocos existe um espaço de 800 m2, também acessível gratuitamente, com várias salas interligadas, cada uma contando uma parte da história da perseguição e extermínio dos judeus na Europa. Numa destas salas, uma das mais emocionantes, na minha opinião, há exposição de cartas de judeus para seus familiares, já presos em campos de concentração, esperando a morte chegar. Muito triste! 


Durante toda a construção do memorial, houveram diversas polêmicas, sendo a mais impactante delas o fato de terem descoberto que a empresa que fornecera o material para pintar os blocos de concreto, material este anti-piche (ou vocês acham que pichação só acontece no Brasil?!), era do mesmo grupo da empresa que forneceu o Zyklon B, material usado nas câmaras de gás que mataram milhares de judeus. Outra coisa intrigante é que o Memorial está localizado em frente à Embaixada dos EUA, Inglaterra e Rússia.


Postdamer Platz: centro moderno e financeiro da cidade, tendo como cartão postal, o prédio moderno da Sony Center.

 

Aqui também foram mantidas partes do Muro de Berlim, que passava bem no centro da praça que, naquela época, era um local totalmente descampado. Por toda a cidade há o local marcado no chão do local que passava o muro. 

Partes do Muro, na Postdamer Platz
Marcas no chão simbolizando onde ficava o muro de Berlim


Bunker de Hitler: aqui, supostamente foi o local onde Hitler se escondeu nos seus últimos dias de vida. Por muito tempo o governo alemão não divulgou o lugar onde o suicídio aconteceu para que no lugar não se criasse um ponto de adoração para um ser que não merecia. Mais recentemente,  pressionado pelo povo e turistas, o governo colocou apenas uma simples placa no local informando ser o local do Bunker. Os curiosos, como eu, tiram foto da placa, mas não há nada além desta no local.























Praça Gendarmenmarkt e a rua Friedrichstrasse: Esta praça é outra famosa de Berlim e repleta de gente e restaurantes bacanas em suas imediações. Em cada uma de suas extremidades estão duas catedrais, uma Alemã e uma Francesa. A fachada delas são muito parecidas, mas uma delas estava em reformas e não pude tirar fotos. A praça sofreu muito durante a Segunda Guerra e vive em constantes reformas.




Ao seu centro está a Casa de Concertos de Berlim, outro belo prédio que compõe o cenário desta bela praça.




Paralela à praça está a Friedrischstrasse, uma das ruas mais famosas da cidade, repleta de lojas e onde está o Quartier 206.


Bebelplatz e Memorial dos Livros: 

Esta praça é um ícone na história da cidade, por 2 razões, principalmente. Primeiro porque é nela que fica a Universidade de Humboldt, onde estudaram Albert Einsten, Karl Marx e outras dezenas de ganhadores de prêmios Nobel (cerca de 40, é mole?!). 





A outra é porque aqui houve uma das maiores queimas de livros de toda a Alemanha. Quando Hitler assumiu o poder, em 1933, resolveu proibir todo tipo de publicação que desviasse do que ele achava certo. Grupos de estudantes resolveram queimar mais de 20.000 livros, em praça pública, sendo estes livros pertencentes à bibliotecas públicas em toda Alemanha. Para lembrar este episódio lastimável da história alemã, foi colocado no chão desta praça uma placa de vidro que dá visão a uma sala subterrânea cheia de prateleiras vazias, em sinal de protesto.


Biblioteca
Biblioteca subterrânea com prateleiras vazias


Museu da Topografia do Terror e o Muro de Berlim: 




O Museu da Topografia do Terror é um museu a céu aberto que conta a história de Berlim desde a época de Hitler até a divisão da cidade pelo Muro. Tudo isso é mostrado em imagens que ficam num corredor coberto, rente aos últimos resquícios do Muro daquela área. 






Ao final da Segunda Guerra Mundial, a extinta Alemanha nazista foi dividida em quatro zonas de ocupação lideradas por EUA, França e Inglaterra a Oeste e União Soviética ao Leste. 




Durante os anos que se seguiram, os alemães do Leste começaram a emigrar para o Oeste em busca de maiores oportunidades, já que esta parte da Alemanha se desenvolvia com a injeção de dinheiro e reconstrução do país pelas super potências que esta área ocupavam. Vendo a população do leste emigrar em massa para o Oeste, a União Soviética ordenou uma intervenção e proteção desta área para evitar sua evacuação em massa.




Na manhã de 13 de agosto de 1961, a cidade de Berlim acordou dividida em duas partes, sendo elas a Berlim Ocidental, dominada pelos EUA e intitulada República Federal da Alemanha, e a Berlim Oriental, dominada pela então extinta União Soviética, chamada República Democrática da Alemanha. No meio, um largo corredor delimitado por dois muros de concreto, construídos naquela madrugada, de uma só vez: o famoso Muro de Berlim (Berliner Mauer).



Formava-se ali uma grande barreira e uma enorme fronteira, denominada Cortina de Ferro, que dividia o mundo em duas partes: os dos capitalistas e o dos socialistas. Famílias inteiras foram separadas naquele momento, casais não podiam mais se ver, mães não puderam mais ter contato com seus filhos. Ao longo do muro, mais de 300 torres de observação foram erguidas e ai de quem tentasse atravessar do lado leste para o oeste; os que tentaram foram brutalmente assassinados e não foram poucos. Por quase 30 anos estes alemães sofreram muito, até que em 9 de novembro de 1989, após uma onda de ataques revolucionários no Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou que os alemães do leste poderiam ir para o oeste. A população foi em peso para as ruas e começaram a destruir o muro. Este episódio marcou, em ritmo de festa, a reconstrução de uma nova Alemanha e sua reunificação, além do fim da Guerra Fria.



Ainda hoje há diversas partes do muro espalhadas pela cidade de Berlim, deixadas propositalmente pelo governo para que os alemães e o mundo não se esqueçam de seu passado.

Check-point Charlie: 




O Check-Point Charles é o último local de passagem entre as diferentes zonas de ocupação que ainda estão de pé. Com a divisão da cidade, as autoridades de uma zona só poderiam atravessar para outra através destes check-points. 





O local hoje é um tanto turístico e não espere sentir nenhuma comoção histórica, porque o que se vê por ali é uma pequena casinha no meio de uma rua super movimentada, com soldados fakes que cobram uns euros para emissão de um “visto”.



Estando nesta área, aproveite para comer o mufin do Back-Factory Cafe, muito melhor que do Starbucks alemão, ou jantar no italiano Sotto Sopra, um local simpático com comida das boas a preços justos!

Ilha dos Museus


Os maiores e principais museus da cidade estão localizados aqui, como o Museu do Pérgamo, que conserva os portões da Babilônia e o Altar do Pérgamo. Ao todo, são mais de 170 museus na cidade. É aqui também que está a bela Catedral de Berlim (Berliner Domer). Por dentro, dizem que não tem nada demais, mas por fora, ela é deslumbrante! 




Catedral de Berlim


O Rio Spree margeia esta área e daí o nome “Ilha”.


Alexander Platz e a Torre de TV

A Alexander Platz é a maior praça de Berlim, rodeada de muitas e muitas lojas. Dela temos a melhor vista da Torre de TV -Fernsehturm, que também pode ser vista de diversos outros pontos da cidade.

Após este longo dia ainda tivemos que encarar uma fila enooorme, ao relento, num frio de lascar, pra comprar ingressos pra visitar o Parlamento Alemão no dia seguinte. Exaustos, jantamos num restaurante vietnamita muito bom, bem em frente ao Memorial do Holocausto e fomos descansar. No próximo post, mais Berlim…Esta cidade tem muita história pra contar…


Não sei o que comi, só sei que estava muito bom!!!

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17 thoughts on “Berlim: free tour pelas principais atrações da cidade!”

  1. Sem dúvida que a Alemanha é um país cheio de História. Infelizmente a História deste país tem várias páginas muito negras. É importante não esquecermos o que aconteceu para não voltarmos a repetir os mesmos erros.

    1. Olá Viagens e locais, realmente a história e triste, mas os alemães fazem questão de que seu passado nao seja esquecido! Por um lado, há vergonha, mas por outro , orgulho de terem se reerguido! Um abraço

  2. Olá Caroline,
    Gostei muito do post, só discordo que Berlim não seja uma cidade bonita. Seus parques, a limpeza e organização de suas ruas, o povo educado, etc, tudo isto faz de Berlim uma cidade linda! A beleza não está apenas na arquitetura (obviamente, Praga é uma cidade mais bela sob este ponto de vista). Berlim tem vida, pulsa, vibra… E ao mesmo tempo nos acolhe bem e nos faz refletir. Minha cidade favorita na Europa! (e olha que adoro várias outras como Barcelona, Munique, Amsterdam, Paris, etc…).
    Um abraço.

    1. Olá, Roberto. Obrigada pelo elogio e por contribuir com seu ponto de vista. Eu só me referi à beleza da arquitetura mesmo, pois comparei com outras cidades da Europa, como Praga, Paris, Londres, Amsterdam…que são infinitamente mais bonitas, na minha opinião. Se formos levar em consideração o povo, a educação, a limpeza e o agito, não tenho nada pra reclamar :) Um abraço

  3. Olá Carol,

    Ano passado li seu blog e adorei suas dicas. Fiz uma viagem maravilhosa no mês de setembro com um grupo de 7 amigas, saindo de Munique indo para Praga, Viena e Budapeste. Em março de 2014, iremos com a família (7 pessoas), entre outras cidades, para Berlim!! Adoro Berlim, milha filha mora há dez anos! É uma cidade alto astral. As pessoas são gentis, educadas e falam inglês que é muito importante.Vi que você sugere um tour free saindo do portão de Brandenburg. Funciona bem? Qual trecho que ele percorre? Já fiz de ônibus e de barco que são excelentes, podendo optar em barcos que servem jantares e almoços.

    1. Olá, Virna, eu acho que lembro de um comentário seu no blog. Sim, gostei do tour. Ele percorre a pé os principais pontos turisticos, como o Portão, o Parlamento, museu do holocausto, Check point Charlie e Museu da Topografia do Terror e termina na ilha dos museus. Como você já foi outras vezes, pra você talvez não seja interessante, mas para iniciantes acho que vale a pena! Bjs

  4. Berlim é o máximo, sugiro uma casa de espetaculos: Friedrichstadpalast Berlim, é imperdivel.

  5. Adorei seu blog, irei com meu marido para Berlim e Viena no fim de fevereiro e as fotos ajudaram bastante a imaginar o que nos espera!

  6. Bom dia Carol, tudo bem? Vi o seu blog sobre Berlim, mas qual é o melhor passeio de Berlim ou de Amsterdã? No mês de setembro, prepararei viajar para Berlim ou Amsterdã. Aguardo a sua resposta. Grato, Rafael

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