Então você decide que nas suas férias daquele ano de 2007, é hora de fazer a primeira viagem para o exterior (ter ido pra Argentina antes não valia, ainda mais a trabalho).
Aí você também não fala um inglês muito bom, não tem muita informação na internet, ainda não conhece (ou nem existia ainda, não sei) o Google Earth ou google maps com seu maravilhoso recurso Street View.
Mas até aí tudo bem, pois você pode escolher ir pra Orlando ou Paris, onde nem é preciso falar inglês e há guias de viagem nas bancas de montão. Mas não! Nós tínhamos que complicar um pouquinho…e pra resumir toda a história, nós escolhemos simplesmente ir pra Jamaica!
Por que a Jamaica? Porque o Alê sempre quis ir pra Jamaica e também porque gostamos de lugares exóticos. E não nos arrependemos, mas passamos alguns apertos e a viagem saiu bem cara, muito mais do que sairia nos dias atuais, obviamente, já que naquela época fomos de pacote de viagem e fizemos todos os transfers entre as ilhas de táxi (sou chique, bem haha)
Nosso roteiro:
A única informação que eu tive nesta época sobre a Jamaica foi de uma comunidade no falecido Orkut, onde uma brasileira que morava nos EUA estava passeando lá na época, e me deu algumas informações básicas. Com base nas informações dela, eu fiz meu roteiro, que ficou assim:
Dia 1 – voamos Copa Airlines, com escala no Panamá
dia 2 – Panamá
dia 3 – Panamá
dia 4 – vôo Panamá – Kingston, onde um taxista que eu reservei por telefone (acho que também foi dica do Orkut), me esperava no aeroporto e fez nosso trajeto até Ocho Rios.
dia 5 – Ocho Rios – hospedagem no Sandals Grand Ocho Rios Resort ALL INCLUSIVE, que agora se chama Sandals Grande Riviera
dia 6 – Ida pra Montego Bay, com passeio a Nine Miles antes (Vila onde Bob Marley nasceu e viveu). Hospedagem Royal Decameron Montego Beach Resort – ALL INCLUSIVE
dia 7 – Montego Bay
dia 8 – Montego Bay
Dia 9 – ida pra Negril, onde nos hospedamos no Hotel Beaches Resort ALL INCLUSIVE
dia 10- Negril
Dia 11 – Negril – Kingston – Panamá – São Paulo
A simpatia dos jamaicanos nos contagiou já quando chegamos no aeroporto e a moça da imigração nos recebeu com um sorridente “Welcome to Jamaica”. Apresentamos nossos passaportes e a carteira internacional de vacinação para febre amarela, exigência para entrar no país.
Na sequência procuramos pelo nosso motorista, que reservei pelo telefone, por indicação de alguém deste grupo do Orkut na época. O aeroporto estava super movimentando e a disputa dos taxistas pelos turistas era enorme, então valeu termos reservado antes, senão poderíamos ter ficado bem perdidos e termos caído em algum golpe, certamente. Parece que hoje em dia há umas vans que são bastante usadas.
Do aeroporto de Kingston, seguimos por 80 km por uma estrada linda e arborizada, mas bastante tortuosa, beirando um rio lindo, até a cidade de Ocho Rios, nossa primeira parada na ilha. Este trajeto deve ter levado umas duas horas, em média. No caminho o nosso taxista parou num bar e nos comprou duas Red Stripes, a cerveja oficial da Jamaica. Gostamos tanto da cerveja e do design da garrafa, que trouxemos várias pra casa e elas atualmente enfeitam o interior da minha geladeira-bar. Lembro do preço do taxi até hoje: algo em torno de US$ 185 pelo trajeto (buáaaa! Dá pra colocar aquelas carinhas chorando dos smartphones?)
Chegamos já era noite em Ocho Rios no mega hotel da rede Sandals, o Sandals Grande Ocho Rios ( atualmente já mudou de nome e chama Sandals Grande Rivieira), localizado há 5 km do centrinho da cidade.
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A rede Sandals é super famosa no Caribe e bem presente na Jamaica. A estrutura dos hotéis é muito boa e não permite a entrada de crianças, ou seja, só casais e solteiros.
O hotel era enorme, com 11 restaurantes, bares na praia, campos de golf e tudo all-inclusive! Claro que com algumas restrições, em alguns casos, principalmente em relação a alguns tipos de bebidas alcoólicas no quarto, o que não foi nenhum problema pra nós, pois bebíamos na beira da piscina e da praia mesmo, tudo que queríamos (e até o que não queríamos), pra poder experimentar… De qualquer forma, lembro-me que um funcionário nos levou várias cervejas e vinhos no quarto, o que foi muito simpático da parte deles.
A comida deixou muito a desejar, pra não falar outra coisa!! Na primeira noite fomos jantar num dos restaurantes, especializado em “comida internacional”. Era tarde, e os restaurantes considerados mais refinados exigiam dress code e não estávamos a fim destas frescuras nas férias, então fomos neste mesmo, que era estilo buffet. Na salada: alface e tomate! Realmente bem internacional, já que isso tem em tudo quanto e ligar do mundo haha.
As carnes eram sempre muuuuito apimentadas, como tudo na Jamaica. Acho que até a sobremesa jamaicana tem pimenta. A comida dos restaurantes nos decepcionou bastante e neste quesito, gostamos mais das opções do hotel Beaches, que ficamos em Negril, da mesma rede do Sandals, mas numa vibe mais família.
Minha única tristeza? Ter perdido quase todas as minhas fotos de Ocho Rios e consequentemente, do hotel (as fotos do hotel que ilustram este post foram gentilmente cedidas pela rede Sandals), além de TODAS as fotos da viagem ao Panamá, onde estivemos dias antes. Um dia conto mais esta história…
Mas enfim, as melhores memórias estão na minha cabeça, mas voltar à Jamaica e, quem sabe, ficar novamente no Sandals estão entre as 1001 coisas que quero fazer antes de morrer.
A primeira coisa que fiz no hotel foi correr pra ver a cor do mar do Caribe, mesmo de noite, e já fiquei fascinada!!! Mal podia esperar para o dia clarear e curtir o hotel e toda aquela mordomia…nisso as praias particulares do hotel davam show! As praias eram incrivelmente lindas e calmas, sem nenhuma onda, do jeito que eu gosto.
E no dia seguinte, meus olhos vislumbraram o paraíso…O que é aquela cor do mar do Caribe? O dia foi inteiro assim: muita mordomia, drinks na beira da praia (ou das super mega piscinas do Sandals), sanduíches americanizados, sol, mar do Caribe…
De tardinha, fomos conhecer o centrinho de Ocho Rios e, das 3 cidades que visitamos, foi a cidade que eu mais gostei. Talvez porque aqui é o ponto de chegada de muitos cruzeiros na ilha, logo tem toda uma estrutura mais organizadinha, como mini shoppings e até um Hard Rock Cafe.
Mas o que eu mais gostei e me fez sentir numa verdadeira ilha da Jamaica foi a feirinha dos nativos, cheias de rastafaris com seus mega cabelos! Alguns te deixavam tirar fotos em troca de alguma gorgeta. Outros já não gostavam muito quando apontávamos a câmera. Fiz até dredd no cabelo, pra entrar no clima e este episódio foi muito engraçado porque o tal do dredd custava 25 dólares e eu, com pão-durismo, pedi pra moça fazer um desconto e fazer menos. E o que ela fez? Uns 8 dredds de um lado só da cabeça haha. E no final, acabei pagando os 25 ou mais pra ela ajeitar toda aquela bagunça que ela tinha feito no meu cabelo. Mas que foi divertido, isso foi!
Meu arrependimento nesta viagem foi ter ficado só um dia inteiro aqui, o que nos fez cometer outro pecado: não visitar a Dunn´s River Fall, a cachoeira mais famosa do país, que desemboca no mar….Aff, choro de raiva de mim só de pensar. E eh mais um motivo pra voltar logo pra Jamaica. Erros de principiante…
Fizemos check-out cedo no dia seguinte e, com o mesmo táxi que nos levaria a Montego Bay, fomos conhecer a vila de Nine Mile, onde nasceu, cresceu e está enterrado o artista mais famoso da Jamaica: Bob Marley.
Pra chegar lá é cruel! O lugar é quase no fim do mundo. O vilarejo fica no alto de uma montanha, a estrada é super estreita. Foi muita adrenalina! Não bastasse andar na mão inglesa, nas curvas os motoristas dos carros simplesmente buzinam pra ver se vem outro carro do outro lado e se jogam na pista oposta. E lá em baixo, precipícios de fazer medo!
Acho que umas duas horas depois chegamos na tal vila. Confesso que não esperávamos algo tão turístico. Já fomos recebidos por um local com a mão recheada de pacotes de marijuana (maconha) e o cara nos oferecia insistentemente. A entrada é por uma lojinha e tivemos que esperar um grupo se formar pra seguirmos com um guia até a casinha onde Bob viveu e ao seu mausoleu, localizado bem ao lado.
Tudo muito simples…no pátio, a pedra onde Bob costumava se aconchegar e compor algumas de suas canções.
Na saída, o Alê machucou o pé e encanou que era um sinal, já que o Bob morreu por uma inflamação no dedão após se machucar numa partida de futebol. haha Eu mereço!
Seguimos viagem de volta por todo aquele desfiladeiro e pegamos a estrada rumo a Montego Bay. Chegamos no meio da tarde no hotel Royal Caribbean, um outro all-inclusive muito bom, mas bem mais simples que a rede Sandals.
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O hotel era bem localizado, numa avenida onde estão os principais bares da cidade e bem perto do centro. Nâo gostei tanto de Montego Bay. As praias mais bonitas já foram tomadas pelos grandes resorts e os locais ficaram com pouca opção. O centrinho é feio e fui lá bem rapidinho pra conhecer, mas voltei logo pro aconchego do meu hotel e não quis mais sair dali, a não ser pra conhecer os bares, como o Margaritta Ville, que também tinha em Ocho Rios, e a praia particular Doctor´s Cave.
À noite sempre tinha um show de reggae no hotel, mas como era baixa temporada (viajamos no mês de outubro), era tudo bem vazio. Bom mesmo pra relaxar…
No dia de partida, seguimos num outro táxi pra Negril. Lá, ficamos no hotel Beaches Negril, na praia mais famosa e considerada uma das mais lindas do Caribe, a Seven Miles Beach. Demos um pouco de azar…o mar estava um pouco remexido, devido a um pequeno furacão que estava por vir e que passaria por ali dias depois de nossa partida. Então, frustrei um pouco com a água….
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O ponto alto da cidade, além desta praia, é assistir ao por do sol no Ricks Café, mergulhar nas águas azuis turqueza a partir dos seus cliffs e assistir aos nativos mergulharem de cima das árvores altíssimas!
O centrinho de Negril também não é lá essas coisas e tem muita loja de souvenirs. Os taxistas tentaram nos dar golpe na cidade. É sempre bom ter uns trocado e negociar antes de embarcar.
Em Negril já começamos a negociar com os taxistas locais uma forma de nos levar de volta pra Kingston no dia que fôssemos embora. Mas era tudo caríssimo! Mas dai eis que o Alê saiu do hotel à caça de um taxista e voltou com um papel contendo o nome do cidadão e o preço anotado. O papel marcava US$ 150. Até hoje não sei como eles se comunicaram, porque o Alê não fala inglês kkk.
E no dia de partir, bem cedinho, lá estava o nosso motorista, pontualmente. Fizemos o check-out e quando fomos entrar no táxi, ele nos avisa que um amigo iria junto. Já morri de medo ali. O tal amigo parecia bem louco àquela hora da manhã e, com certeza, já tinha fumado uma marijuana hahaha
O Alê tentava me acalmar, dizendo: “é só um amigo” . Ah, tá! Nunca vi taxista levar amigo a tira-colo. Mas eu não tinha opção. Se eu não entrasse naquele carro, eu perderia o vôo de volta pra casa.
E lá fui eu, rezando a viagem toda! Nunca rezei tanto Pai Nosso e Ave Maria antes! Acho que rezei um terço inteiro, juro! A cada desvio de rota, eu tremia toda e pensava: é hoje que vou morrer, que vão abusar de mim…meu coração disparava e minha mão ficava gelada! O Alê ficou com hematomas no braço, de tanto que eu o apertava no apuro!
Tentava bater papo com os dois pra descontrair, fazendo perguntas do tipo: “Você tem filhos? “Se eles tivessem filhos, não iam querer me matar muito fácil hehe. E um deles tinha apenas 12! isto mesmo, doze!!! 3 com cada mulher, morando em países diferentes rs.
Bem, pra resumir toda a história, chegamos são e salvos em Kingston, mas claro que eles quiseram nos dar um golpe e cobrar mais de USD 15o. Mesmo morrendo de medo, catamos nossas coisas e viramos as coisas para ele, não dando nem um centavo a mais.
Mesmo com todos estes perrengues, a Jamaica foi incrível! Acho que nos precipitamos em conhecer um país um tanto quanto exótico já numa primeira viagem internacional, numa época onde não existia quase nenhuma informação na internet sobre o país. Ficamos com vontade de quero mais, vontade de voltar um dia pra Jamaica, agora bem mais experientes nesta arte de viajar pelo mundo, com mais malícias e um inglês um pouco melhor que naquela época ;)
Oi Carol!
Amei o post. Acho tão bom ler sobre destinos menos “batidos” nos meus blogs favoritos. Eu e meu marido fizemos nossa primeira viagem internacional juntos em 2006 para a Patagonia Argentina. Somos apaixonados pela nossa America do Sul e a partir dai fomos para o Chile, depois para o Peru, e só 3 anos depois daquela primeira viagem fomos para mais longe: EUA.
A Jamaica esta na nossa lista de prioridades. Chegamos ate a cogitar ir este ano, mas acabamos optando pela Colombia combinada com Cuba (outro destino difícil de se obter informações).
Enfim, quando eu resolver ir pra Jamaica vou voltar aqui para consultar suas dicas.
Bjs
Ana Paula
Oi, Ana, eu adorei a Jamaica, mas realmente deveria tê-la deixado pra depois, pra ir com mais experiência. Fomos precipitados em já ir pra um país tão exótico de cara, sem muita informação, além de quase não falar inglês na época (era bem macarrônico kkk). Mas vá sim, porque é incrível o pais, além de praias lindas. Estou às ordens para o que precisar. Super beijo (PS: quero ler os posts de Cuba, outro destino que meu marido é doido pra ir :)
Olá, Carol Guelber!
Eu e minha namorada, viajaremos entre 16 e 27 de janeiro pra Jamaica. Gostaríamos de algumas dicas suas além dos ótimos posts no blog.
– Táxi (valores)
– Serviço de transporte confiável para atravessar o País e quanto ficaria por exemplo, o valor de Ocho Rios para Kingston.
– Sites jamaicanos interessantes para que possamos refinar nosso roteiro.
Por enquanto é isso! Parabéns pelo blog e boas viagens!
Olá, Marcelo, como contei neste post, Jamaica foi o primeiro país que visitei e isso foi em 2007, numa época em que não havia quase nada na internet sobre o país e só me restava andar de táxis e pagar caro. os trechos entre um lugar e outro giravam em torno de USD 150,00 na época, de táxi. Hoje existem opções mais econômicas. Indico o post sobre a Jamaica da minha amiga Claudia Liechavicius, o http://www.viajarpelomundo.com! ela foi recentemente e tem ótimas dicas e fala sobre opções de transporte.