Subindo o Jungfrau, o Topo da Europa!

Pulamos da cama cedo. Tomamos um café reforçado e ficamos esperando a guia que nos acompanharia até o Jungfraujoch (pronuncia iungfrauiór), uma cortesia do Escritório de Turismo de Interlaken. Até então eu esperava que chegaria uma guia suíça e estava morrendo de medo da mulher ser uma mala. Não sou adepta a guias de viagem, gosto de fazer tudo de forma independente, embora reconheça o valor de um bom guia. Sei que há detalhes locais que só eles conhecem e dependendo do lugar, da região ou do tipo de turismo que você faz, eles são essenciais.

Mas eis que, para nossa alegria, a guia era uma brasileira suuuuper gente boa! Daniela Stucheli, é uma brasileira do interior de São Paulo, mas que mora na Suíça há muitos anos e trabalha como guia na empresa Jungfraubahn, a empresa que administra os trens ao Jungfraujoch. Mas a Dani também trabalha como guia particular em outras regiões da Suíça (ATUALIZAÇÃO: A Dani não trabalha mais como guia e a pedido dela, o contato foi retirado deste post). Com certeza, nosso dia foi muito melhor com a presença dela. E ela ainda nos trouxe chocolates personalizados, uma cortesia da Jungfrau.

Uma curta caminhada a partir do hotel chegamos na Interlaken Ost e às 9:04 nosso trem saiu. Fomos de primeira classe, baby! Mas só até a primeira parada. A vantagem é que é praticamente só você dentro do vagão.

O preço do ticket pode ser consultado neste link aqui, mas quem é portador do Swiss Pas tem descontos, que variam em cada trecho (mais informações abaixo). Com certeza, faz toda a diferença.

Nós subimos por Lauterbrunnen (2o minutinhos Interlaken Ost até lá) e descemos por Grindelwald ( o caminho é circular) e recomendo o mesmo, pois na subida, o sol está iluminando as montanhas de Lauterbrunnen e, num dia claro, dá pra ver as lindas cachoeiras que despencam dos altos desfiladeiros no centro deste vilarejo, mas depende da época.

Eu viajei no começo de abril e elas ainda estavam começando a ter vazão, já que as geleiras ainda não haviam derretido. Como eu queria ter tido tempo pra visitar esta cidade….aliás, a vontade que se dá é de descer do trem e se perder em cada vilarejo pelo caminho…Pra quem tem mais tempo, o que não faltam são opções de trilhas e passeios nestas vilas alpinas e, sendo portador do Swiss Pass, o trajeto até Lauterbrunnen ou Grindelwald estão inclusos.

 

Bem, por qualquer caminho que se vá, o trem só vai até Kleine Scheidegg, a 2061 m de altitude. De Interlaken até este ponto gasta-se em torno de 1h20m e a partir de Lauterbrunnen (ou Grindelwald), há 50% de desconto para portadores de Swiss Pass.

 

De lá, toma-se o outro trem até o Top of Europe, a 3454 m de altitude, com duas paradas no caminho, em dois mirantes de vidro para se observar os vales nevados. De Kleine Scheidegg até o Top of Europe são mais 1 hora. Este percurso é quase todo feito dentro de um túnel e quando menos se espera, já estamos lá em cima. Nesta etapa, há apenas 25% de desconto para portadores de Swiss Pass.

O trajeto todo, sem paradas, vai consumir cerca de 2,5 em cada trecho, ou seja, reserve o dia todo pra isso e monte base em Interlaken para fazer o passeio tranquilamente. A Dani nos explicou sobre a história do Jungfrau e de toda a sua construção. Tudo foi feito e idealizado por A. Guyer Zeler, há mais de 100 anos, numa época em que não existia nem luz elétrica na região, por isso, o primeiro passo foi construir uma hidrelétrica, que foi possível graças a dois rios da região. A construção demorou 16 anos e o idealizador morreu antes de ver sua obra terminada. Quase todos os trabalhadores, na época, eram italianos, que trabalhavam em turnos de 24 horas.

 
Uma outra coisa que eu também não sabia e que a Dani nos contou foi que os pinheiros só crescem até 1800 m de altitude logo, dá pra se ter uma noção de quão alto estamos quando deixamos de ver os pinheiros na paisagem alpina.

Ao chegar, a Dani nos levou pra almoçarmos no Restaurante Crystal, o restaurante que tem no topo do Jungfrau. O ambiente do lugar é maravilhoso e a comida é divina. E não é porque ele está no Topo da Europa que custa mais caro que outros lugares (na Suíça tudo é caro de qualquer jeito, mas não existe tantas diferenças de preço por conta da sua localização). Então, vale a pena almoçar lá em cima e curtir um visu estonteante.

Eu pedi um prato bem típico da Suíça, que por sinal, já tinha comido em Salzburgo, na Áustria, sem saber: Rosti des Alps, que é um misto de batata, queijo, bacon, presunto e ovo frito em cima, gratinados e servidos numa panelinha ou frigideira.

 

O Ale foi de outro prato típico, que é carne picadinha com molho de creme e cogumelos e vegetais. E Dani foi de carne com aspargos. Tudo estava divino! Para informação, o preço de cada prato deste é, em média, 35 francos suíços.

Aproveitamos a ocasião para comemorar nosso aniversário casamento. Naquele exato dia, comemorávamos 13 anos e o lugar não poderia ser mais especial! No Topo da Europa!!!

Ao lado também tem um restaurante chamado Bolywood, especializado em comida indiana, mas criado especificamente para atender à massa indiana que visita o local! Bem interessante…

Devidamente alimentados, seguimos pelo tour, que começa subindo o elevador mais rápido da Europa e indo até a Sphinx, uma plataforma de observação a 3571 m de altitude. 

Depois seguimos para o Alpine Sensation, um tour que conta um pouco da história de construção do túnel. Na primeira parte dele, vimos uma exposição sobre a cultura da Suíça, como uma mini cidade de madeira e um túnel todo enfeitado com a Edelweiss, a florzinha típica do país.

Depois passamos  por um túnel que mostra por meio de fotos, nomes e objetos a história da construção e homenageia os trabalhadores da época. Na sequência uma estátua do idealizador, A. Guyer-Zeller.

Na sequência seguimos para o Palácio de Gelo, um túnel construído literalmente dentro da geleira, há 30 metros abaixo de sua superfície. O túnel é cheio de esculturas em gelo e tem ainda o simpático esquilo do filme,  a Era do Gelo. Mesmo sendo feito no meio do gelo, ele precisa de tecnologia para se manter firme e forte, pois a própria movimentação das pessoas pode gerar aquecimento no interior do túnel.

O tour termina num Plateau na neve, onde é inevitável resistir a uma fotinha com a bandeira da Suíça no topo da Europa! A vista do lugar é linda e nem estava tão frio assim. Dali é possível ver o Jungfrau, a montanha mais alta da região.

Na volta, paramos no vilarejo de Grindelwald, mas o vilarejo parecia um canteiro de obras. Ficamos meio decepcionados e resolvemos voltar pra Interlaken e curtir a noite no Brasserie 17, como já falei no post anterior. 

Subir ao Jungfrau foi mais um sonho realizado que valeu super a pena! Obrigada, Dani, por tudo!

Nosso passeio ao Jungfrau foi realizado a convite do Departamento de Turismo de Interlaken.