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A primeira coisa que fizemos ao chegar em Flam vindos de Bergen, foi  procurar pelo nosso hotel. Escolhemos o Heimly Pensjonat, por indicação da Liliana, do Catalogo de Viagens e também por ser um dos mais “em conta”. Na Noruega, quando digo “em conta”, significa diárias de, aproximadamente R$ 300,00. Mas o hotel era muito fofo e a vista do nosso quarto era uma das mais bonitas da cidade: simplesmente de frente para o Fjorde. O café da manhã também era ótimo, com uma bela vista e com direito a caviar. O único problema é que não tem restaurante e em Flam, isto acaba sendo um artigo meio que necessário. A wifi só funcionava bem no lobby do hotel.
Feito o check-in, saímos para explorar o local.

Flam é uma minúscula cidade de apenas 400 habitantes, situada no meio do nada, ou melhor, no meio de lindas montanhas, uma estação de trem e um fjord. Aqui tem alguns hotéis, uma igreja, um museu, algumas lojinhas, uma pequena cervejaria com preços pela hora da morte e um mercadinho. Ainda assim, dizem ser melhor que Aurland, a cidadezinha próxima (8 km), que tem apenas UM hotel e UM restaurante (o do próprio hotel). Além disso, entre estas cidades há ônibus apenas a cada 2 horas e o táxi é caríssimo.

Kartskisse Norge og Flåm

Como já falei nos posts anteriores, nossa ideia inicial era fazermos todo este passeio da Norway in a Nutshell num único dia, mas depois de uma alteração em nosso vôo, fomos obrigados a ficar mais um 1 no país e, sendo assim, achei melhor fazer o passeio com mais calma e pernoitar pelo caminho. Tive muitas dúvidas em relação a qual cidade dormir: Flam ou Aurland, porque além da pouca informação na net, tinha lido relatos em alguns blogs de gente que tinha ficado nas duas, mas que não dava maiores detalhes de como era. Então apelei para o Viaje na Viagem e as respostas foram unânimes quanto a ficar em Flam, pois era maiorzinha, tinha um pouco mais de opções de hotéis (em Aurland, só tem hotel) e restaurantes e até mais coisas pra fazer.

Pois bem, escolhemos Flam. Mas, a bem da verdade, Flam é uma cidade muuuuuito sem nada pra fazer. Depois que o barco dos fjordes partem, a cidade fica totalmente vazia, fantasma, parece o fim do mundo. É tanta calma, tanta paz, tanta monotonia, que é um lugar perfeito pra quem quer fazer retiro espiritual.
Troll, figura lendária da escandinávia
O único mercadinho da cidade fecha pouco depois das 15h, logo depois que o barco para o fjorde sai e o único local pra comer, fecha 7 da noite. Compramos algumas cervejas no mercado e um suco de laranja pra tomar com nossa vodka (que trouxemos do Brasil) e ficamos caminhando por ali, de bobeira, tirando fotos com meu tripé (afinal, quem iria tirar fotos nossas no meio do nada?). Aproveitamos para almoçar, mas também já tivemos que garantir o jantar, comprando-o no mesmo lugar (só tinha ele) e levando pro hotel pra comer mais tarde.
Já era umas 6 da tarde e já tínhamos visto tudo por ali. Se quiséssemos, ainda tínhamos mais umas 4 horas de luz, já que nesta época, anoitece por volta das 22h por lá, mas resolvemos voltar pro hotel e ficar tomando nosso Hi Fi até anoitecer, quando então comemos nossa maravilhosa lasanha requentada e mais cara das nossas vidas.
Enquanto tomávamos nossa bebidinha, olhando aquela bela paisagem, observo que passam duas meninas correndo e, sem mais, nem menos, as duas tiram a roupa e entram na água dos fjordes que devia estar quase congelante, gritando enlouquecidas! Eu não acreditava no que estava vendo! Muito doidas estas meninas! Pena eu não estar com a câmera na hora pra fotografar o episódio! Finalmente algo pra animar aquela noite pacata…
No dia seguinte, bem que queríamos acordar bem tarde, pra descansar e aproveitar pra passar mais a hora, mas o café da manhã era até às 9.
O dia amanheceu lindo, com um solão e temperatura amena. Saímos para caminhar por algumas estradinhas. A ideia era chegar numa das cachoeiras que margeiam a linha de trem.
Subimos por uma estrada morro acima que ficava atrás do nosso hotel e já saía do outro lado, perto da entrada da cachoeira. No caminho, belos ângulos do Sognenfjord.

Passamos por várias casinhas típicas, mais uma vez, no meio do nada. Percebi que algumas delas estavam alugadas para turistas.

Caixinhas de correio

Margeamos a linha do trem, indo no sentido da cachoeira, seguindo um pequeno mapa da região. No caminho, carneirinhos e boizinhos cabeludinhos, típicos desta região.

 

Super simpáticas estas vaquinhas

Infelizmente, a cachoeira parecia mais uma bica: bem ralinha. Enchemos nossa garrafa de água, geladíssima por sinal, e continuamos a caminhada até a vila de Lunden, com suas várias casinhas típicas. Na varanda, os locais curtiam o sol daquela bela manhã de domingo.

Telhados de musgo, típicos da Noruega
Andamos por cerca de 2 horas e voltamos a Flam para almoçar e aguardar a chegada do barco para o passeio pelo Fjord.
A conclusão que cheguei ao final sobre pernoitar ou não no caminho foi: só vale a pena pernoitar se você tiver tempo sobrando e gostar muito de ficar sem fazer nada. Minha sugestão é conhecer Bergen pela manhã e pegar o trem pra Flam mais tarde. No dia seguinte, fazer o passeio dos fjordes e dormir em Bergen de novo. No terceiro dia, seguir viagem. Assim você conhece Bergen e Flam de um jeito mais “tranquilo”.
Leia todos os posts desta viagem pela Noruega: